Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

terça-feira, 17 de junho de 2014

Como ter um carro antigo sem surtar nem falir - segundo passo

 Muito bem, você fez seu dever de casa e ponderou suas contas, avaliou a demanda de tempo, considerou o estoque necessário de calmante para os problemas do carro e críticas de todos, e concluiu que não só tem vontade mas também disposição para um carro antigo e tudo o que vem junto. Parabéns e boa sorte! Sua jornada está prestes a começar portanto, pergunto mais uma vez: você tem certeza? Considerando que sim, então vamos iniciar a segunda parte, que é a da escolha do seu primeiro carro. Sim, "primeiro", porque não vai ficar só nesse - ou você irá trocá-lo posteriormente ou então irá somar outro(s), considerando que passe a gostar da coisa. Como devo escrever sobre valores estimados, colocarei os mesmos em reais e em dólares, para que tenhamos sempre alguma referência menos sensível às variações de câmbio e inflação.
Então, com a decisão tomada, o primeiro passo agora é pensar no tipo de carro que você quer, e isso requer um bom planejamento para que você não se arrependa futuramente. Como escrevi no post anterior, quanto mais novo o carro, maiores as chances de encontrar peças, encontrar modelos em melhores condições e mais baratos - e como toda boa regra, tem um monte de exceções. um Gurgel BR-800 90 vai ter a manutenção muito mais complicada que a de um Corcel II 80, e com R$10.000 (USD 4.750) pode-se comprar uma Brasília 77 em ótimo estado, ou um Escort XR-3 88 em estado razoável, ou ainda um escombro do que em algum dia já foi um Opala 70 4 cilindros. É interessante ter em mente que os carros antigos de hoje já foram "carros velhos" ou "carros de mano" há 10 ou 15 anos, e alguns carros atualmente podem ser ótimas opções como primeiro antigo. Agora, se você tem uma preferência por um estilo, marca ou época de fabricação, as escolhas ficam mais simples porém mais trabalhosas e eventualmente, mais caras. (Nota: eu particularmente prefiro os carros dos anos 60 e 70, mas teria numa boa um Santana CD 84 ou um Kadett GS 90; conheço pessoas que, no entanto, só aceitam carros Chevrolet ou Chrysler, outros que se especializaram em VW refrigerados a ar). 

Está decidido quanto à época e marca? Legal, mas já pensou no tipo de estilo? Pense bem, pois isso faz bastante diferença também, tanto no uso quanto custo de execução e manutenção. O exemplo abaixo ilustra bem isso - três pick-ups Chevrolet da família C-14 - sendo uma original do ano 1965, a Olívia no meio (que como mencionado antes, está em processo de transformação em "rat rod") e  outra em estilo "hot rod", fabricada nos anos 70. A original possivelmente teve a restauração (ou a própria manutenção por um dono zeloso) com menor custo que a pick-up laranja da foto mais abaixo, pela primeira se tratar de um veículo original, enquanto que a última pode ter passado por melhorias como direção hidráulica, freios a disco e suspensão mais moderna, o que a deixa mais macia de rodar no dia-a-dia que a "C14 Coca-Cola" da primeira foto.

Três pick-ups Chevrolet nacionais, igualmente bonitas mas de propostas diferentes. Uma originalíssima C14 1965 vermelha e branca, um "bom projeto" (como a Olívia, C10 79 que está ganhando um V8) e a C10 dos anos 70 ao estilo "hot rod".

Outro assunto importante é a condição de carro que você quer - pense no fim ou seja, o resultado final que você espera, e daí escolha o carro pensando nisso. Se vai modificar ou fazer um "rat rod",o carro até pode estar mais judiadinho, já para uma restauração 100% original o veículo precisa estar mais alinhado e com menores possibilidades de surpresas. De qualquer maneira, não se empolgue muito pois se você for mexer, vai encontrar alguma surpresinha. E se for pegar uma restauração como a dessa Kombi abaixo, prepare-se para muitas emoções...

Se você comprou essa Kombi...
... querendo deixá-la como esta, prepare o bolso e a paciência.

E por fim, o terceiro conselho - comece com um carro simples e depois parta para projetos mais complexos ou de carros mais raros. Você pode até sonhar em ter um Packard como o da foto ao lado, mas quantos você já viu de perto? Tem ideia do valor das peças (se existirem), e da mão de obra para deixá-lo majestoso? Para quem está começando, acho um desafio exagerado - não é impossível, mas vai puxar muito do seu tempo, dinheiro e já vi diversas histórias de carros bons e projetos promissores que pararam justamente porque o proprietário desistiu da empreitada pela falta de dinheiro ou então por ser vencido pelo cansaço. 

Então, já decidiu? Espero que você se anime e abrace um projeto - se é o seu primeiro, escolha com carinho e paciência (pode me escrever que dou minha opinião no que for preciso), e depois mãos à obra! No próximo post, falarei sobre sequência de restauração, o que fazer por conta própria e o que terceirizar, além de ferramentas e espaço necessário.







domingo, 11 de maio de 2014

Como ter um carro antigo sem surtar nem falir - primeiro passo




Incomoda quando alguém fica repetindo para mim que ter carro antigo é "coisa de louco ou de rico, se não os dois ao mesmo tempo". Um carro antigo dá despesa sim, mas futebol, TV a cabo, jantar em restaurantes e visitar a sogra também dão despesa e ninguém fica criticando quem o faz, já que isso é o que se espera que todos façam. Então se vc quer deixar de ser "todo o mundo", espero com esta pequena série de textos, ajudá-lo(a) a procurar, comprar, usar e manter o seu primeiro carro antigo. Entre erros e acertos, acho que posso aconselhar adequadamente neste assunto. Toda a quinzena (possivelmente, semanalmente) farei um novo post da série, assim como providenciarei notícias da frota.


Primeiro passo: por que você quer um carro antigo?

Este é o passo mais importante de todos, pois vai balizar suas decisões quanto ao seu futuro "amigo de lata" - o que você está disposto a tolerar, a aprender, fazer e deixar de fazer? Como com qualquer coisa na vida, cada decisão traz junto uma renúncia, então é preciso responder a estas perguntas com muita sinceridade para você mesmo, para que depois o seu carrinho não passe a ser um tormento em sua vida. Longe de desestimular alguém, quero no entanto mostrar neste primeiro passo que nem tudo são flores e glória em ter um carro antigo.



Reflita bem, pois você terá que se acostumar a garimpar peças não só na internet mas em lojas de autopeças, feirinhas/encontros e desmanches, vai sujar suas mãos, gastar tempo e dinheiro, e por vezes o resultado vai ficar aquém do esperado. Também é preciso considerar porquê você quer comprar um carro antigo - saudosismo ("meu pai tinha um", "foi meu primeiro carro" entre outros), ou ser fã da época do carro - anos 50, 60 etc - normalmente não são suficientes para manter a "amizade de lata" viva por muito tempo, principalmente quando for necessário procurar metade da internet por uma peça ou após uma pane (a primeira pane por superaquecimento no trânsito é inesquecível). Você precisa gostar muito do estilo, e saber ter paciência para usar e manter. Se for restaurar um, aí as dores de cabeça e gastos ficam bem maiores e o tempo de usufruir do seu veículo caem proporcionalmente (exceto se você tiver bastante habilidade, espaço, ferramentas e tempo para fazer a maioria das coisas com o mínimo de terceirização - daí isso tudo vira diversão).

Um lindo Galaxie 500, num encontro. Só que quando ele superaquece e para no trânsito, essa beleza não vai fazê-lo andar de novo.
Você deve pesar também qual o uso que dará para o seu carro antigo, para poder calibrar as expectativas e orçamento. Se quer um carro de uso diário, fuja de modelos mais raros ou antigos pois eles não foram feitos para enfrentar o trânsito pesado que temos aqui (se você mora numa cidade sem trânsito, sua vida fica mais fácil), e procure carros (ou motos) menos antigos e exclusivos. Opala, Fusca, Corcel II e Passat são os melhores nestes quesitos. Se o seu uso for mais restrito a finais de semana e feriados, um carro mais antigo pode ser a sua melhor escolha mas lembre-se: você terá que ligá-lo e dar uma volta praticamente todos os finais de semana, para que as partes mecânicas e eletromecânicas se mantenham lubrificadas e funcionais, e a bateria se mantenha carregada.
"Flash Gordon" (Dodge Dart 75) em uma das repinturas. Muito aprendizado vindo deste projeto...
Por fim, lembre-se que os automóveis e motocicletas evoluíram muito e portanto, esperar que um Fusca 1300 tenha o mesmo consumo de um VW Up!, ou então que um Opala Diplomata seja mais veloz e confortável que um Honda Civic, vai certamente lhe trazer algumas decepções. Os preços podem ser até diferentes em alguns casos, mas hoje com R$25.000 você encontra um bom Opala Diplomata 6 cilindros e um também bom Honda Civic 2004 - qual deles dará mais prazer para você em um aspecto amplo, vai depender unicamente do que você espera, então faça alguns "test drives" e tire a dúvida. Às vezes carro antigo não é para você. Sério. Você pode admirar, dar umas voltas de vez em quando, mas ter um pode não ser a sua praia. 



VW sedan (Fusca) 1968 e VW up! 2014 - 48 anos de distância em tecnologia e estilo, à sua escolha.

Resumo: pense antes de torrar seu suado dinheirinho num carro ou moto que podem virar um pesadelo. E se você estiver decidido a entrar neste divertido mas trabalhoso mundo dos carros (e motos) antigos, aguarde o próximo post.
...

domingo, 20 de abril de 2014

Nove carros que eu gostaria de ter.

Várias pessoas fazem para mim a incômoda pergunta "quantos carros você tem?" - e para mim é desagradável responder porque a quantidade definitivamente não corresponde ao custo deles, e muito menos a alguma aparência de condição financeira abastada. Se assim o fosse, a frota provavelmente seria maior e todos (eu inclusive) moraríamos num lugar onde todos pudessem ficar juntos e serem reparados no mesmo local sempre que possível. Mas garanto que não é assim, e cada vez que eu olho para um carro diferente, minha esposa me olha com aquele olhar questionador de "você vai colocar mais um carro aonde??".

Enfim, se espaço, dinheiro e tempo não fossem restrições, estes seriam os meus 7 8 9 (?) escolhidos - vejam que a lista pode ser excêntrica, mas com poucas exceções não tem nenhum carro óbvio e de custo proibitivo, como um Ferrari ou Lamborghini que apareceria nas listas mais frequentes. Talvez seja de estranhar a falta de carros da Ford ou o excesso de Opalas, mas a lista reflete a minha opinião, e cada um pode variar conforme ache adequado. Lá vamos nós:

Opala Comodoro 2 portas 6 cilindros 1988

Sempre lembro da minha adolescência, onde o "rei das ruas" era o Opala Diplomata 6 cilindros, tanto pelo desempenho quanto pelo luxo. Só que eu gostava mesmo era dos Opala Comodoro por serem menos rebuscados quanto a frisos e detalhes, mas ainda tinham  o excelente acabamento que o qual GM se orgulhava em toda a sua linha. Além disso, o Comodoro era "carro de velho", já que era modelo intermediário, e quase não foram fabricados os modelos de 2 portas - na minha opinião, os mais bonitos. Até hoje eu tenho sonhos onde estou dirigindo um desses azul escuro, numa rodovia em que não existam estes malditos radares nem tantos motoristas barbeiros...

Trabant 601

Quando houve a queda do Muro de Berlim, eu era um adolescente que já gostava muito de carros antigos, e os Trabant me cativaram pelo estilo antiquado para a época (ninguém dizia "retrô"), e ficava com muita dó de ve na TV milhares de carrocerias e carros inteiros sendo abandonados e picados como um dos efeitos colaterais da reunificação a Alemanha. Para mim ele representa uma época que não vivemos mais - onde haviam duas ideologias claras, "mundos" distintos dentro de um só, mas que no fim das contas éramos humanos com ambições e sentimentos tal qual somos hoje.
Como veem pela foto, tive a grata oportunidade de dirigí-lo em Berlim e o carro é pequeno por fora, minúsculo por dentro, barulhento e o carburador deste azulzinho da foto estava afogando. Ainda assim, adorei o carro e espero um dia trazer um exemplar destes para terras tropicais abaixo da linha do equador.

Karmann-Ghia (até 1969)

Um lindo esportivo com curvas que até hoej fazem sucesso por onde passam, e que se tivesse um motor potente seria de fato um carro esportivo. É o tipo de carro para ir à praia com a esposa (os solteiros ganham uma ótima razão para convencer a uma garota para passear), e para ser escolhido com cautela, já que a funilaria de um KG é bem complicada por ser totalmente manual. A mecânica refrigerada a ar igual à do Fusca torna a vida mais fácil para maiores aventuras. E digam: já foi feito no Brasil algum carro mais bonito e harmonioso do que este?

 
FNM JK 2000 (ou FNM 2150)

Um carro à frente de seu tempo, principalmente para o mercado brasileiro - tão à frente que era caro demais e acabou não vendendo muito. Mas o estilo dele, com desenho italiano para o mercado americano é sensacional, e o desempenho dele para a época era também invejável. O câmbio de 5 marchas com acionamento na coluna de direção é para poucos, e a direção dele é tão pesada quanto a de um caminhão sem assistência hidráulica, mas o acabamento é primoroso e o estilo, ah o estilo... vi pouquíssimos ao vivo até hoje, e este carro preto da foto vem povoando meus pensamentos há muito tempo. Só não tomei ainda a coragem financeira (que inclui espaço e orçamento de "ressureição" do veículo) para fazer uma proposta para o atual proprietário, mas hei de chegar lá (se alguém realmente se habiliar a restaurar este carro da foto e tiver tanto a paciência quanto a verba para isso, deixe uma mensagem para mim).

Um carro que espero um dia chamar de meu.

Opala 2 portas Gran Luxo 6 cilindros, 1973 ou 1974.
Outro carro que povoa meus sonhos desde minha adolescência, também pelo conjunto da obra ou seja, desempenho, luxo, conforto e uma certa discrição que o Opala SS não tinha. Este Opala verde menta que encontrei num encontro tem a descrição exata do carro que eu gostaria de ter (até a cor é a que eu gostaria), inclusive com ar condicionado original. Não tive nem abertura nem coragem para perguntar ao proprietário se ele o venderia, primeiro por ele me parecer bastante satisfeito com o carro, e segundo porque sele ele falasse que este Opala poderia ser meu, certamente seria por uma quantia que excederia ao meu juízo, sem contar que não teria nem onde colocar o carro, portanto valeu o silêncio.

"Opaloito" ou "Caravoito"
Na categoria "muscle cars brasileiros", este é o meu modelo - pegar um Opala 2 ou 4 portas ou uma Caravan, bom mas sem ser perfeito, de preferência 4 cilindros e 4 marchas ou então automático, e colocar um motor Chevrolet V8 "small block" 350, preferencialmente com injeção eletrônica, junto com um diferencial de Dodge, câmbio de C10 e freios a disco nas quatro rodas. Este "misto quente" já foi feito por algumas pessoas e o resultado é o melhor possível - sem frescuras, nem dores de cabeça para manutenção ou adaptação, apenas um carro limpo, rápido e confiável.
Um excelente candidato a Opaloito
Motor Chevrolet 350 small block instalado no cofre de um Opala. Parece que nasceu para o carro.

"Chepala" hatch 4 cilindros
"Chepala 4 cilindros" do jornalista Josias Silveira. Fonte: blog AUTOEntusiastas (www.autoentusiastas.blogspot.com.br)
O que fazer com o motor de Opala que sobrou do "Opaloito"? Colocar num Chevette hatch e fazer um "Chepala", e ter um ótimo carro antigo de uso diário. A adaptação é relativamente simples e foi muito frequente nos anos 70 e 80, porém recentemente os pesados e robustos motores de Opala 4 cilindros deram lugar a motores 2.0 de Astra e Vectra com injeção eletrônica, mais leves e de potência bastante superior - proposta tentadora, mas que para mim foge um pouco da receita de simplicidade e baixo custo que se espera de um projeto desses. Motores de Opala 4 cilindros há aos montes (eu mesmo tenho dois, guardados), tem diversas preparações disponíveis e cabem sem adaptações mais pesadas num Chevette, e custam pouco para comprar e manter. Já os motores mais novos são um pouco mais salgados demandam adaptações no câmbio e um conhecimento sobre eletrônica que automotiva eu ainda não tenho.

DKW Vemaguet Belcar até 1963
ESTA é a Vemaguet que eu gostaria de ter - azul com teto branco, com calotas e sobrearos, e com as tais portas suicidas. Tanto DKW como Vemaguet são bem legais, com seus motores 3 cilindros de 999 cm3 e dois tempos, que fazem eles soltarem aquela fumacinha azul pelo escapamento e produzem aquele ruído característico de motor que sobe de giro rapidamente. Os 50 cv de potência dão conta do recado com competência (guardadas as devidas proporções de um projeto da década de 50), e o interior deles é bem espaçoso. Peças de reposição preocupam, mas comparados aos Gordini manter um DKW não é o que há de mais difícil, além do clube ser formado por reais entusiastas.

Austin Mini (o antigo)
A obra prima de Alec Issigonis, este carrinho é sensacional - menor que um Fiat 147, da altura de um Puma, mas que acomoda com conforto 4 passageiros, dá para entender porque ele foi fabricado de 1959 até 2000. O motor original - de 850 cm3 e pífios 36 cv - é compensado pela excelente estabilidade do carro, sendo a versão com motor de 1275 cm3 extremamente divertida de dirigir. O desenho dele é fenomenal, simples mas bem acertado, sendo um clássico admirado onde quer que você vá. Trazer um exemplar destes para o Brasil não é o que se pode chamar de barato, mas não é a coisa mais cara do mundo, e o espaço ocupado por ele na garagem é menor que o de uma carretinha - chega a ser engraçado. Além disso, é mais simpático e menor que um Smart, (que aliás, fica parecendo um Kinder Ovo para o Godzilla perto do Mini), ou mesmo o Fiat 500 novo.

Há mais carros que povoam meus pensamentos sim - como um Pontiac Firebrd 1971, um Dodge Challenger 1972, ou mesmo uma Kombi pick-up até 1975. Há também um monte de outros carros legais que consideraria juntar à frota dependendo do preço e condições, mas não são necessariamente carros que eu deixaria hoje na lista. E você, qual seria a sua lista?


domingo, 23 de março de 2014

Atualizações sobre a C10, Gordini... e alguém mais.

O tempo, ah, o tempo... costumeiro vilão e bode expiatório de um montão de coisas que não fazemos no nosso cotidiano. Tempo para se exercitar, ligar para um parente ou amigo, ou mesmo de estudar... parece que ele nunca coopera conosco, e somos apenas vítimas da circunstância. Para mim, só 10% dos casos são mesmo falta de tempo, os demais 90% são apenas falta de foco, e quando queremos algo, este tal "algo"  vira prioridade rapidinho e nos viramos para que a coisa aconteça. Então antes que me perguntem, tive tempo para escrever sim, só não tive inspiração nem paciência para escrever um post que mereça a atenção do leitor - agora eu me esforcei para escrever um bom post, atualizando sobre a frota e outros assuntos fora da frota.

Olívia, a C10

As fotos mostram que muita coisa foi feita, e parece que com fé e poucos contratempos, ela deve funcionar ainda em Abril e estar pronta para andar em Junho. Todos os acessórios do motor estão no lugar, e com isso viu-se que precisaremos de uma outra polia de virabrequim. O radiador que foi feito para ela, era na verdade das dimensões do da D20 (mais largo e curto), e não serviu de jeito nenhum - erro 200% meu, que especificou errado. Outro radiador está em produção no momento. Uma infinidade de miudezas já foram feitas, e ainda tem mais outra infinidade para serem feitas, e projeto com carro antigo é assim mesmo. Projeto segue em andamento.

Parte de baixo, com escapamento feito.
Pontas de eixo de D20, para freios a disco.
Freios a disco dianteiros no lugar.

Outra visão do escapamento.
Mais uma vista dela com disco de freio instalado.
Famosa válvula de by-pass do escapamento. Por meio de um botão no painel, ela pode ser aberta para os gases saírem por aí e melhorar o desempenho, ou então passarem por todo o escapamento e diminuir o ruído.
Motor empoeirado, ainda sem acessórios, mas no lugar.
Irineu, o Gordini
Os trabalhos nele estão interrompidos para poder dar foco à Olívia, e também a reparos de última hora que aparecem nos outros carros. As (únicas) novidades foram a compra de alguns itens originais dele como limpadores de parabrisas e alguns frisos, e também que minha mãe fez com lençóis velhos uma capa para cobri-lo por inteiro e assim, evitar que fique todo empoeirado enquanto aguarda sua vez.
Na falta de foto atual, vai a mais recente dele, já que ele não saiu daí até agora.
Wenceslau (Fusca 71) e Manuela (Kombi 73)

Ambos passaram por  serviços diversos na mecânica e elétrica, e continuam quase 200% confiáveis para uso diário. A embreagem do Wenceslau trepidava muito e também, ao virar para a esquerda, ele fazia um barulho forte de metal raspando. Tudo isso foi reparado e no ensejo, ele ganhou cabos de vela, velas, filtro de combustível, condensador e platinado novos, além de um ajuste no carburador. Durante o Carnaval, aproveitei e poli algumas peças dele e tentei dar um jeito no aro de buzina para que fique melhor o acionamento. Não deu muito certo, mas está melhor do que estava.

Mais uma da série "Vale a pena ver de novo".
Já a Manuela ganhou o merecido conserto no velocímetro (agora dá para ter ideia da velocidade em que ela está - sensacional!!!) e o reparo do vazamento do câmbio foi consertado com o reparo completo dele, depois dela decidir parar de engatar ré após 15 minutos de funcionamento. E ontem, num sábado nublado e garoento, algo se mostrou errado nela novamente na forma de um ruído contínuo de rolamentos (ou engrenagens) quebrados... acho que o passeio programado para fim de semana que vem tem chances de ser adiado, uma pena.
Fora estes tristes e custosos eventos, tanto Wenceslau quanto a Manuela continuam muito confiáveis e prestativos.
Manuela em seu momento de "onde está Wally?".
 Oscar, um outro membro da família. (Fusca 1300L 79)

Sim, amigos. Fiz mais uma presepada e comprei este simpático e inteiríssimo Fusca 1300L 79 recentemente, depois que um amigo ex-dono dele disse que precisava se desfazer do carro. Acertamos o preço e condições de compra, e com isso Oscar passou a fazer parte da família, brindado a nós com uma conservação impecável, o relativamente raro acabamento interno na cor marrom, as rodas esportivas e o zelo de um carro que, antes de mim, somente teve outros dois proprietários na vida (o primeiro o foi por mais de 20 anos).  A única coisa feita até o momento foi a substituição dos retrovisores externos pelos de plástico preto, que era o equipamento original dele à época. Agora só falta o emblema "1300-L" para a traseira, colocar as rodas e pneus originais e fazer a vistoria para placa preta. Em breve farei um post comparativo entre ele e o Irineu, aguardem!

Oscar. Dá para ser mais simpático?
E por enquanto é só. Os demais carros não tiveram nada digno de nota até o momento, mas em breve (mesmo), terei mais um texto para vocês! E para não perder o costume, compartilhem e comentem.