Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Problemas paranormanis do meu Wartburg 353 - parte 3

Seguindo com a novela tragicômica do Wartburg, era hora de mais uma vez investigar a pane. Debatendo com o Dirk (o mecânico), concluímos em ver primeiro o estado da bomba de combustível, e depois conferir o ponto de ignição. Decidi fazer mais, e conferir o ponto de duas maneiras – uma com lâmpada estroboscópica e outra mecanicamente, conforme instruído no manual.


Primeiro, desmontei a bomba de combustível, do modelo mais antigo, e tudo estava normal, sem nenhum risco ou trinca na membrana, e nenhum vazamento aparente entre a junta da bomba e o bloco do motor. Montei a bomba de volta, e passei para o ponto de ignição – primeira medição, com a lâmpada estroboscópica, revelou tudo normal. Passei então ao trabalhoso processo de medir mecanicamente – elevando cada cilindro manualmente até a altura máxima (o “Ponto Morto Superior”), recuar alguns graus e ver se a luz de teste acende, mostrando que fechou circuito e a ignição acontece no momento certo… e repetindo isso para cada um dos três cilindros. Isso é necessário pois os Wartburg, tal qual nos DKW de três cilindros, têm uma bobina e um platinado/sensor de ignição para cada cilindro, exigindo regulagem individual do ponto. Ao tirar as velas, um fenômeno curioso, mas não inesperado – a vela do cilindro um estava muito suja (preta e úmida, como se não conseguisse queimar), a do cilindro dois estava normal, e a do cilindro três, estava preta (como se houvesse queima, mas irregular). Medi a pressão dos cilindros, e também estava normal, indicando que a vedação do motor está boa. Tudo conferido, o ponto estava conforme especificado, as três velas “faiscavam” no tempo certo… e como o mistério continuava, limpei as velas, montei tudo de volta e fui andar com o carro. 
Pressão normal em cada um dos três cilindros.


Da esquerda para a direita, as velas dos cilindros 3, 2 e 1.


Bomba de combustível bipartida, com o diafragma removido. Tudo normal.
Verificando o ponto com lâmpada estroboscópica. Tudo normal.
Verificação do ponto de ignição à moda antiga. Sim, tudo normal...

O funcionamento estava ainda meio esquisito, errático, principalmente depois de atingir a temperatura de trabalho, após 10 Km, que foi a distância percorrida das outras vezes. Voltei à garagem medi as temperaturas das bobinas e cilindros e nada anormal… decidi trocar a bobina do cilindro 1, e dar uma volta… e o carro ficou bem melhor, sem tossidas e tremidas, e acompanhava o trânsito normalmente. Fiquei feliz, mas a experiência me ensinou a ter cautela, e não declarar o problema como solucionado. Usei o carro por alguns dias e o problema foi, lentamente, voltando a aparecer. Primeiro ao falhar quando se mantém velocidades constantes, especialmente entre 60 Km/h e 100 Km/h; depois as falhas passam a ser mais constantes, até que finalmente, depois de uns 120 Km, ele fica mais fraco, dá estouros e, em último estágio, dá tiros, perde força e empaca como um jumento teimoso. E assim foi, no segundo dia de uso, ao retornar para casa, ele tossiu, engasgou e deu um sonoro tiro, que quase matou de susto uma anciã que caminhava na calçada junto ao seu neto. Pelo menos isso foi há um quarteirão de casa, e consegui chegar lá, parar o carro e pensar nisso outro dia.
Lavado e seco. Não é que ele fica simpático?
Interior da espaçonave. 

Estrada durante o teste, num sábado a tarde. 
À beira de atingir a velocidade da luz. Assim parecia dentro dele. 

Como precisava fazer a inspeção obrigatória dele, fiz a mesma coisa de sempre, ou seja, limpei as velas, conferi que há faísca, e ele funcionou, ainda que mais ou menos. Dei umas voltas, guardei o carro e me preparei para ir com ele ao trabalho, deixando-o na oficina lá perto, que também faz estas inspeções periódicas. O que aconteceu? Aguardem pelas próximas postagens... E enquanto isso solte o riso, comente e compartilhe mais esta história!


































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